A Jordana de uma Promessa e a Nascimento de uma Essência Musical
Movido pelo desejo de expressar sua verdadeira essência, surge John Nine, nome artístico de André Bassoli. Nascido no interior paulista e forjado no blues americano e no R&B/Pop dos anos 90, ele criou um estilo único e envolvente, que é a soma de sua história.
O primeiro contato com a música veio na pré-adolescência, observando o primo Fábio tocar violão. Foi seu primo Quininho, seu primeiro grande apoiador, quem lhe emprestou um violão para praticar. Em meio a uma vida difícil, a igreja tornou-se sua primeira escola de música. Na pacata rua onde morava, músicos mais experientes paravam para lhe dar conselhos, sugerir repertório e preencher, com humanidade, a lacuna da internet incipiente. Em uma conversa decisiva, fizeram um juramento: "Jamais deixar que ninguém impeça seu caminho na música". O falecimento de Quininho, meses depois, tornou essa promessa um legado. A palavra foi mantida, e a decisão de correr atrás de bandas para iniciar a carreira musical foi tomada.
Assim começou sua grande jornada de explorar o mundo musical. Influenciado pelo punk do amigo Daniel e pelo blues do professor Gilberto, travou uma batalha interna entre a simplicidade agressiva do punk e a introspecção e improviso do blues. Esta foi sua primeira grande decisão na formação de sua identidade artística.
Com a mudança de Daniel para a Grande São Paulo, ingressou na banda onde haviam feito um teste juntos. Aos 14 anos, iniciou seu primeiro trabalho como músico na banda Vírus 406, atuando como vocalista em shows por cidades vizinhas e até interestaduais.
Na adolescência, dividia-se entre bandas e a dúvida sobre focar no canto ou na guitarra. Inicialmente, a falta de recursos o fez optar apenas pelo vocal. Aos 17 anos, ingressou na faculdade de Administração, mas logo percebeu que se afastava de seu sonho. Compelido pela promessa, abandonou o curso para seguir ambos os caminhos: voz e guitarra. Foi quando reencontrou William, um amigo da 5ª série, e juntos formaram o projeto Controlverse. A primeira guitarra Stratocaster, igual a de seus ídolos, foi adquirida, permitindo imprimir sua marca no blues com solos improvisados – uma característica que se tornaria sua marca registrada.
Seguiu-se um longo período de autoconhecimento, tocando em várias bandas e trabalhando fora do meio artístico. Até que decidiu encarar uma mudança estadual, trocando a "Cidade Feitiço" do interior pela efervescência de Copacabana, no Rio de Janeiro. Foi lá que conheceu de perto o mercado musical, a dinâmica dos negócios e a vida de músico profissional, após trabalhar em uma escola de música e tocar em bandas como "The Shakespares" e "Bento Veiga e a Velha Raiz". Três pessoas foram fundamentais nessa fase: Artur Monteiro, Clauber Fabre e Marcelo Teixeira, que lhe ofereceram não apenas apoio, mas também valiosas lições.
Chegou então o ápice: o momento de compartilhar com o mundo todo o conhecimento acumulado de seus mentores, bandas e repertório. Foi quando adotou o nome artístico John Nine. A escolha tem um tom místico: por influência de sua companheira, Ísis, descobriu que o número 9, sempre presente em sua vida, carrega uma forte carga na numerologia chinesa. Sua paixão por metrópoles, vida noturna e agitação urbana define seu território musical, refletindo a atmosfera pulsante dos palcos.
Assim renasce John Nine, reunindo todo seu conhecimento no auge de seu poder criativo. Libertou-se dos paradigmas que o perseguiram e está determinado a se tornar o artista que prometeu a Quininho.
Seu álbum de estreia foi lançado em 10 de maio de 2024, data que marcou exatos 10 anos de sua mudança para o Rio de Janeiro – um marco simbólico de uma década de transformação e dedicação à música. Atualmente, além do trabalho autoral, presta uma homenagem à música brasileira através de seu tributo a Charlie Brown Jr., celebrando a sonoridade que influenciou tantas gerações.
Composições próprias e de outros autores seguem em sua trajetória, sempre transmitindo autenticidade e paixão – a mesma que moveu sua promessa desde o início.
Recorte da versão original da biografia.